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Bush defende pena de morte para Saddam

O presidente George W. Bush defendeu ontem o "julgamento público" de Saddam Hussein e indicou sua preferência pela imposição da pena capital contra o ex-ditador, mas disse que sua opinião pessoal sobre a punição não importa.

O presidente George W. Bush defendeu ontem o “julgamento público” de Saddam Hussein e indicou sua preferência pela imposição da pena capital contra o ex-ditador, mas disse que sua opinião pessoal sobre a punição não importa.

“Trabalharemos com os iraquianos para desenvolver uma maneira de julgá-lo que resista ao escrutínio internacional”, afirmou Bush numa entrevista coletiva na qual procurou capitalizar os dividendos políticos que a captura de Saddam lhe propiciam, ao menos no curto prazo.

“Há necessidade de um julgamento público, todas as atrocidades (praticadas pelo ex-líder iraquiano) precisam ser expostas e justiça precisa ser feita”, acrescentou Bush, comentando declaração feita ontem por um membro do Conselho de Governo iraquiano, instalado pelos EUA, segundo a qual Saddam poderia ser julgados já nas próximas semanas e executado.

Embora o presidente americano não tenha fornecido detalhes sobre quando, onde e sob que formato se dará o julgamento do ex-ditador, altos funcio-nários da Casa Branca deram sinais de que Saddam será colocado no banco dos réus num tribunal a ser constituído no próprio Iraque e integrado por advogados e juristas internacionais com reputação suficiente pra dar credibilidade ao processo.

Durante o encontro com os jornalistas, Bush procurou sublinhar diferentes aspectos dos abusos cometidos pelo ex-ditador. Falou sobre “o pesadelo da tirania baathista” e enumerou as formas usadas pelos agentes do regime para “brutalizar” o povo iraquiano – da tortura ao assassinato passando pelo estupro.

A ênfase de Bush na exposição pública das arbitra-riedades e crimes cometidos pelo regime chefiado por Saddam Hussein durante três décadas tem importantes objetivos políticos e diplomáticos: transformar o julgamento numa espécie de novo Nuremberg e conseguir, com isso, convencer os críticos da invasão, dentro e fora dos EUA, de que ela se justificava, mesmo que o motivo oficialmente alegado por Washington – a necessidade de encontrar as armas de des-truição em massa que Saddam teria desenvolvido – não seja comprovado, como não foi até agora.

Trata-se de uma tese que Bush já conseguira vender à maioria dos americanos antes mesmo na captura de Saddam Hussein e que ele não deixará de explorar, agora que está em condições de escolher os meios e o momento do julgamento do ex-ditador que melhor servirem aos objetivos de seu governo e a seu grande objetivo político pessoal, que é garantir a reeleição.

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