seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Nota fiscal não é prova de relação comercial

Para a validade de relação jurídica celebrada com a Administração Pública é imprescindível a existência de prova formal, não cabendo apresentação de meras notas fiscais, sobretudo se considerado que tal documento é produzido de forma unilateral pelo forne

 
Para a validade de relação jurídica celebrada com a Administração Pública é imprescindível a existência de prova formal, não cabendo apresentação de meras notas fiscais, sobretudo se considerado que tal documento é produzido de forma unilateral pelo fornecedor. O posicionamento é da Quarta Câmara Cível (Direito Público) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que negou seguimento à Apelação nº 73707/2010, interposta por casa de material de construção de Itaúba (distante 600 km ao norte de Cuiabá), que pretendia provar existência de relação comercial com a Prefeitura Municipal.
 
No recuso, a apelante buscava reformar decisão de Primeiro Grau proferida em ação de cobrança que julgou improcedente o pleito. Para tanto, argumentou que forneceu materiais de construção utilizados pela Prefeitura de Itaúba, e que a transação comercial atingiu o saldo de R$ 7.859,62, que não fora saldado como o pactuado. Aduziu ainda ausência de fundamentação na sentença que não reconheceu a existência da relação comercial, alegando também não haver motivação que justificasse a desconsideração das provas produzidas. Pleiteou também isenção quanto ao pagamento de honorários sucumbenciais.
 
Para o relator, juiz convocado Gilberto Giraldelli, a sentença não merece reparo visto que a validade de relação jurídica com a Administração Pública está condicionada à existência de prova formal. Destacou o relator que no relacionamento comercial com ente público, a ausência de prova formal implica nulidade absoluta da suposta contratação, sendo que, até nos casos em que o processo licitatório é dispensado e o instrumento contratual considerado facultativo, são necessários outros instrumentos hábeis para evidenciar a validade da relação jurídica, tais como carta-contrato e nota de empenho de despesa.
 
Considerando a insuficiência de provas em relação à existência das alegadas negociações antecedentes havidas entre as partes, o relator firmou entendimento pela rejeição ao recurso de apelação, sendo acompanhado à unanimidade pelos demais integrantes da Câmara, desembargadores Mariano Alonso Ribeiro Travassos (revisor) e Sebastião de Moraes Filho (vogal convocado).

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Estado e Detran devem indenizar motorista que ficou detido sem cometer infrações
TJGO afasta condenação de advogado em solidariedade com cliente por litigância de má-fé
Vigilância privada não é seguro, mas deve ser diligente para reduzir prejuízo de cliente