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A difícil relação entre síndico e condôminos

Para haver harmonia na vida em condomínio todos devem se esforçar. É perfeitamente compreensível que a lei determine que
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Para haver harmonia na vida em condomínio todos devem se esforçar. É
perfeitamente compreensível que a lei determine que um dos condôminos
seja eleito para representar o edifício como um todo. Essa prática,
aliás, é comprovadamente eficiente. Entende-se que impossível seria, em
uma edificação, ouvir a todos a qualquer instante que se tenha que tomar
uma decisão.
 
A quem deveria recorrer uma parte interessada? A quem deveria a justiça intimar ou ouvir nas questões que envolvem o condomínio?
 
De tal sorte que a lei, sabiamente, determina que, periodicamente,
os condôminos elejam um síndico que os representará para cumprir todas
as exigências legais que atinjam o condomínio como unidade e dará
seguimento à vontade da maioria, expressa nas votações em assembléias
gerais.
 
Nesse processo de escolha de um representante ao cargo, porém,
levantam-se certos pontos polêmicos: que estranho fascínio exerce sobre
as pessoas o fato de terem selecionado o síndico? Quais as diferenças
que marcam o eleito dos que o elegeram? Fato é que, uma vez definido o
ocupante ao cargo, tem-se início longos e intermináveis conflitos entre
as partes.
 
Não é somente uma questão de ser estilingue ou vidraça. Talvez o
proprietário, investido de um poder que não pretendia ou não estava
preparado, torna-se autoritário pelo cargo alcançado. Ou, ainda, o
despreparo dos demais co-proprietários gere uma insatisfação pela
visibilidade resultando em uma injustificada falta de cooperação mútua.
 
Parte desse conflito entre síndico e condôminos também pode ser
explicada por uma origem mais remota: os moradores de edifícios nas
grandes capitais pertenciam, primordialmente, a uma camada da sociedade
chamada classe média. E, consequentemente, as despesas de custeio desses
itens importantes para a manutenção do padrão almejado não
representavam uma parcela considerável de suas rendas. Mais além, é
possível inferir, mesmo sem dados estatísticos comprobatórios, que a
grande maioria de tais moradores era composta por proprietários.
 
Hoje, porém, a situação é diferente. O achatamento salarial,
agravado pela crise habitacional, fez com que a fixação do valor do
condomínio contribua para a abdicação de outros tópicos da economia
doméstica. E, em uma época em que a falta de segurança individual e a do
patrimônio atingem índices alarmantes, a população vê nos condomínios
engradados e protegidos a única opção viável de moradia. Assim,
proprietários e inquilinos dividem as agruras da convivência em
comunidade.
 
Dentro desse complexo contexto, realizam-se as reuniões que decidem
os rumos da administração dos edifícios. O descontentamento pessoal
canaliza para essas sessões discussões e posicionamentos que em nada
engrandecem ou contribuem com o objeto principal das mesmas: a boa
administração do condomínio. Obviamente, tal clima tenso e
contraproducente tem sido o grande responsável por esvaziá-las. Os
moradores, quando podem, evitam comparecer às assembléias gerais.
 
O síndico, esse morador, vizinho, que eleito pela maioria, trabalha
voluntariamente pela comunidade, abdica de algumas horas de seu tempo
de lazer ou do convívio com a família para se dedicar ao interesse
comum. E, como recompensa, muitas vezes colhe somente críticas e
incompreensão, resultado da falta de entendimento de moradores de que
seus direitos terminam onde começa o dos demais.
 
Como, então, vencer ou reverter esse quadro? Talvez somente quando
começarmos a perceber que o debate com civilidade e a aceitação da
vontade da maioria, mesmo quando divergente da nossa, faz parte de um
processo democrático sadio e que consolida a evolução e o progresso de
que a comunidade necessita, e cujo exemplo se inicia dentro de casa.
 
Devemos compreender que somente será possível alcançar a harmonia
na vida em condomínio quando o esforço em favor do bem comum for
despendido por todos que a ele pertencem.

A difícil relação entre síndico e condôminos

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