Penas interrompidas no atacado e liberdade no varejo
A decisão do Supremo Tribunal Federal da última quinta-feira (7/11) de afastar a prisão de condenados em 2ª instância, promoveu um verdadeiro “black friday” nas situações penais de inúmeros réus condenados por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes conexos.
Os condenados pela operação lava jato estão em festa.
Black Friday é um dia de promoção nas vendas do comércio na última sexta-feira do mês de novembro para atrair o maior número de negócios no mercado em geral.
A libertação do ex-presidente Lula, condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro, cuja sentença foi confirmado pelo TRF4, e depois pelo STJ, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, foi seguida pela liberdade de outro petista, José Dirceu, fatos que proporcionaram que ambos se encontrassem na capital paranaense. Foi uma noite para brindar a liberdade em razão da decisão do Supremo Tribunal Federal alterando a sua jurisprudência no espaço de três anos.
Outro condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, agora do PSDB, foi o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, também beneficiado direto com a decisão contemplativa do STF de abrandar o início da execução de penas de condenados em 2º Grau.
Outro petista, o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, também condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, foi beneficiado com a decisão, assim como o ex-tesoureiro do PT João Vacari Neto.
Os empresários da Camargo Correia e de outras construtoras também já estão pedindo a liberdade de seus executivos.
A estimativa é que sejam postos em liberdade mais de 4.000 (quatro mil) condenados por corrupção e lavagem de dinheiro em todo país por força da decisão do STF.
Um detalhe chama atenção; não há réus pobres favorecidos com a decisão do Supremo, até porque a corrupção é crime de mãos próprias de ricos e políticos. A decisão do STF é seletiva porque os crimes com violência são cometidos por pessoas pobres, em sua grande maioria.
Esses réus favorecidos com a decisão do STF podem ter a certeza de que seus recursos para chegarem ao trânsito em julgado vão demorar de 10 a 15 anos. A maioria será beneficiada pela prescrição, cuja pena será contada pela metade após os 70 anos de idade, e terminarão seus dias sem cumprir a pena privativa de liberdade.
No Brasil, o crime de corrupção e lavagem de dinheiro é um bom negócio, compensa.
Se fosse no mês de dezembro, seria presente de natal, mas como estamos em novembro é uma black friday antecipada da justiça brasileira, ou melhor da Corte Suprema.
Equipe de Redação
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