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Política errada aumenta homicídios em SP em 15%

De 1999 a 2011 o governo de São Paulo conseguiu reduzir drasticamente o número de homicídios no Estado. Em 2012, ao escalar a Rota para combater com violência o crime organizado, os homicídios aumentaram 15% (4.833 casos).

 

De 1999 a 2011 o governo de São Paulo conseguiu reduzir drasticamente o número de homicídios no Estado. Em 2012, ao escalar a Rota para combater com violência o crime organizado, os homicídios aumentaram 15% (4.833 casos). Em relação ao número de vítimas, o crescimento foi de mais de 40%. A taxa de 11,5 óbitos por 100 habitantes é considerada violência epidêmica (pela OMS) (veja Uol).

 

Violência do crime organizado não se combate com violência, sim, com inteligência. Para desmantelar o crime organizado é preciso eliminar sua capacidade financeira e isso só pode ser feito por órgãos fiscais e bancários. O governo de SP confundiu o crime organizado com suas células ostensivas. Combateu e matou alguns membros dessas células ostensivas, mas deixou intacto o crime organizado com todo o seu poderio econômico. Pegar lambaris (distribuidores da droga, por exemplo) não significa anular os tubarões (os donos ricos do crime organizado).

 

O que o governo de SP ganhou com sua política de extermínio? Praticamente nada, porque o crime organizado continua mais vivo que nunca. E o que perdeu? Perdeu muito. Desde logo, mais de 100 policiais foram brutalmente assassinados. Perdeu também em reputação (11% em outubro), sobretudo em virtude dos toques de recolher e da violência difusa, o que colocou em sério risco a reeleição do governador.

 

Em novembro Alckmin (PSDB) substituiu o secretário Antonio Ferreira Pinto por Fernando Grella Vieira. Enquanto a violência corria solta, com apoio do governador (“Quem não reagiu, está vivo”), pouquíssimos policiais foram presos por extermínio massivo. Da posse de Grella para cá, a quantidade de policiais arbitrários presos se intensificou (cerca de 24).

 

Em 1980 o Datasus registrou 13.910 mortes intencionais (assassinatos) no nosso país. Em 2010, foram 52.260 óbitos. Em 31 anos (1980 – 2010) o crescimento no número absoluto de homicídios foi de 276%. Considerando-se a taxa de mortes por 100 mil habitantes, o aumento foi de 133% (11,7 em 1980, contra 27,3 em 2010). Com esse exorbitante índice, o Brasil se mantém como o 20º país mais homicida do mundo e o terceiro da América Latina.

 

Nossa estimativa inicial (do Instituto Avante Brasil) para 2012 é de que teremos 53.823 pessoas assassinadas, o que equivale a 4.485 mortes por mês, 147 mortes por dia, 6 mortes por hora, ou, de acordo com o dado que o contator usa para atualizar os números, uma pessoa morta a cada 587.526 milisegundos (9 minutos e 48 segundos). Com o recrudescimento da violência em São Paulo, o número estimado tende a aumentar, o que vai significar mais mortes para cada 100 mil habitantes.

 

Para se perceber com clareza a insensatez da nossa violência, basta comparar nossos índices com os demais países que ostentam as dez primeiras posições do PIB mundial. Valendo-se dos mesmos critérios utilizados para aferir as estatísticas no Brasil, o institutoavantebrasil.com.br calculou também o número de homicídios que ocorrem por mês, dia, hora e minuto nos 10 países mais ricos do mundo: o resultado é estarrecedor!

 

Nossa cultura do extermínio é absurdamente inigualável. É uma das mais violentas do planeta. Nem mesmo os Estados Unidos, a China e a Rússia, os que mais matam depois do Brasil, se assemelham à realidade homicida brasileira, cujo massacre é 4 vezes mais intenso que nesses três países. Se comparado com o número de mortes por minuto da Itália, a conclusão é ainda mais chocante (um óbito a cada 9 minutos no Brasil, contra 890 minutos na península itálica).

 

A 7ª economia mundial (era a 6ª até o mês passado), sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, polo de desenvolvimento e de oportunidades, continua ostentando também o nada honroso título de país extremamente violento, que confia cegamente na política populista da prevenção do crime por meio do castigo e da violência, fundado na lógica da guerra e do inimigo, sem ter desenvolvido jamais uma política efetiva e sistemática de prevenção da violência.

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